ESTAÇÃO CIÊNCIA, CULTURA e ARTES

Mais de 5 mil metros quadrados. Essa será a área construída da Estação Ciência, Cultura e Artes, projetada por Oscar Niemeyer. Localizado na parte superior do Altiplano Cabo Branco, no entorno da extremidade mais oriental do Estado, o projeto ocupa o núcleo central da Zona Especial de Preservação - Parque do Cabo Branco, criada através do Decreto Municipal 5.363/2005, em 28 de junho deste ano.
O conjunto arquitetônico tem a finalidade de apoiar a difusão cultural e a realização de pesquisas científicas voltadas à área continental, incluindo as falésias, o Altiplano e a faixa marinha próxima ao Cabo Branco. Na apresentação do projeto pelos arquitetos Cydno Silveira e Luis Marçal – ambos do escritório de Oscar Niemeyer – ficou evidente que as intervenções urbanísticas não vão provocar interferências na preservação ambiental. "Trata-se de um projeto singelo, de fácil compreensão e que se integra perfeitamente à paisagem", define Marçal.

O complexo que compõe a Estação Ciência, Cultura e Artes reúne cinco edificações. A proposta está sintonizada com a iniciativa do Governo Municipal em frear o desequilíbrio ambiental e promover o desenvolvimento auto-sustentável. "Estamos honrados em participar de um projeto que além do potencial turístico, faz parte de um plano racional de expansão da cidade", enfatiza Cydno Silveira.

A estrutura
No memorial descritivo do projeto de Niemeyer, a Estação Ciência, Cultura e Artes surge "da importante localização do terreno e da possibilidade de uma visão panorâmica sobre a beleza natural do seu entorno". A proposta é de uma estrutura funcional, sem desperdiçar o cenário natural do Cabo Branco, que é considerado patrimônio histórico-cultural pela população pessoense.

O projeto reúne uma torre/mirante que está cercada por um espelho d'água e concentra o setor de exposições, a área administrativa e terraço panorâmico. Ela permite uma visão de 360 graus para toda a natureza que a cerca. Um auditório com capacidade para 518 pessoas tem acesso independente e permite a realização de eventos culturais variados, sem interferir em outras atividades da área.

Um anfiteatro com palco, camarim e banheiros foi projetado para abrigar eventos com um público de 300 pessoas sentadas, podendo dobrar essa capacidade com a ocupação das calçadas. Na parte posterior do terreno, uma edificação baixa e de pequeno porte tem a finalidade de acomodar uma ala de serviços gerais e de apoio. Uma área para estacionamento também integra o projeto.
O arquiteto
Oscar Niemeyer Soares Filho nasceu no Rio de Janeiro, em 15 de dezembro de 1907. Aos 97 anos de idade e em plena atividade, ele é considerado um ícone da arquitetura contemporânea. Suas estruturas de concreto armado em formas curvas – como as colunas do Palácio da Alvorada e as cúpulas côncava e convexa do Congresso Nacional, em Brasília (1958) – são uma marca do seu trabalho que começou em 1936, depois de obter o diploma de Engenheiro Arquiteto pela Escola Nacional de Belas Artes.
A Estação Ciência, Cultura e Artes vai somar-se aos seguintes trabalhos de Niemeyer: o Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte (1943); a Sede das Nações Unidas, em Nova York (1947); o Parque Ibirapuera, em São Paulo (1951); o Museu de Caracas, na Venezuela (1954); a Sede do Partido Comunista, em Paris (1966); o Museu de Arte Contemporânea de Niterói, no Rio de Janeiro (1996) e a recente Serpentine Gallery, em Londres (2003).



