Brasil precisa construir 130 mil bibliotecas em escolas para cumprir lei
Mais de 70% das instituições de ensino públicas não têm o espaço
O Brasil
precisa construir 130 mil bibliotecas até 2020 para cumprir a Lei
12.244, que estabelece a existência de um acervo de pelo menos um livro
por aluno em cada instituição de ensino do País, tanto de redes públicas
como privadas. Hoje, na rede pública, apenas 27,5% das escolas têm
biblioteca.
Para equipar todas as 113.269 escolas públicas sem
biblioteca, seria necessária a construção de 34 unidades por dia,
segundo um levantamento realizado pelo movimento
Todos Pela Educação com base no Censo Escolar 2011. O estudo também faz
uma comparação com números do Censo 2008 e mostra que, mesmo as escolas
construídas nos três anos seguintes (foram 7.284 novas unidades) não
contemplam o espaço: apenas 19,4% dessas novas instituições têm
biblioteca.
Os Estados mais carentes são os das regiões Norte e Nordeste, que tradicionalmente
têm infraestrutura escolar precária, com escolas que chegam a funcionar
em construções sem energia elétrica e saneamento básico. Na rede
municipal do Maranhão, por exemplo, só 6% das escolas têm biblioteca.
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O que destoa da lista, no entanto, é o aparecimento do Estado de São
Paulo com um dos piores resultados do ranking, com 85% das unidades de
sua rede pública (escolas estaduais e municipais) sem biblioteca. São
15.084 unidades sem o equipamento. Um enorme prejuízo, se considerado os
resultados da edição 2012 da pesquisa Retratos do Brasil, que mostrou
que, entre os 5 e 17 anos, as bibliotecas escolares estão à frente de
qualquer outra forma de acesso ao livro (64%). Priscila Cruz, diretora
do Todos pela Educação, afirma que isso mostra que "só a legislação não
é suficiente, porque tem lei que realmente não pega".
Quando se analisa o déficit por nível de ensino, vê-se, ainda, que as
instituições de ensino infantil são as mais prejudicadas: enquanto 82%
das escolas de ensino profissional e 52% das de ensino médio construídas
após 2008 possuem biblioteca, apenas 10% das de ensino infantil têm o
espaço.
Uma opção que é um contrassenso, argumentam os educadores, já que é
na faixa etária dos 5 anos que a criança está descobrindo a língua
escrita e tem de ser estimulada à descoberta e ao gosto pela leitura. No
ensino médio, o estudante já teria acesso a outros ambientes de
leitura.
R7
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