Dólar tem maior cotação em quatro anos
Valor da moeda americana só ficou acima dos R$ 2,15 desta quarta-feira no auge da crise econômica. Alta foi de 0,82%. Bovespa tem 4ª queda consecutiva e fecha no menor patamar desde 2011
O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de recordes, mas com pouco para comemorar. O dólar
fechou o dia em R$ 2,15, uma barreira que não era quebrada desde o auge
da crise financeira, em abril de 2009. Já o Ibovespa recuou 1,18%, para
49.180 pontos – o menor patamar desde 2011.
Os dois movimentos, entretanto, não foram surpreendentes. O dólar já
vinha em trajetória de alta e a bolsa, em queda – foi o quatro pregão
consecutivo de recuo.
No caso da moeda americana, o que ajudou a turbinar a alta
foi a não-intervenção do Banco Central. Nos últimos dois dias, a
instituição havia feito operações de swap cambial – o que equivale
vender o dólar no mercado futuro. Nesta quarta-feira (12), entretanto, o
BC ficou inerte mesmo com a cotação tendo chegado a R$ 2,1572 durante o dia.
No cenário externo, o real tem sofrido pressão em razão dos sinais de que o governo americano pode deixar de injetar dinheiro para estimular a economia, o que reduziria a oferta de liquidez no mercado internacional.
Com o resultado da valorização da moeda americana, os juros também
subiram. Isso porque um dólar mais forte pressiona a inflação, o que,
para investidores, pode levar o Comitê de Política Monetária (Copom) a
acelerar a alta da taxa básica de juros, a Selic. Os contratos de DI com
vencimento em janeiro de 2014 marcaram 8,77%, ante 8,70% na terça-feira
(11), por exemplo
Efeito Eike
A expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central
americano) e outros bancos centrais reduzam os estímulos às suas
economias também pesou no Ibovespa. Durante o pregão, o índice da bolsa
paulista chegou a registrar queda de 2,60%, mas fechou em 1,18%
negativos. A queda acumluada nos três dias anteriores já chegava de 6%.
Em junho, a queda já é de 8%.
Outro peso foram os desempenhos negativos de grandes empresas
como a OGX, de Eike Batista. O empresário se desfez de ações de sua
companhia e ajudou as ações caírem 11,1% no pregão – a queda mais
expressiva do dia.
Já a gigante da celulose Klabin foi punida pelos investidores depois
de anunciar que terá de bancar, sozinha – mas com ajuda do BNDES – a
construção de uma fábrica no Paraná estimada em R$ 6,8 bilhões.
Fonte: WSCOM
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